É incrível como que esse drink, tradicionalmente brasileiro, é feito com tão pouca perícia por diversos estabelecimentos. Em Goiânia, quase todos os bares oferecem a tradicional caipirinha de forma amadora, mal feita, amarga e cheia de sumo. Quando se trata de caipirinhas feitas com outras frutas, ervas aromáticas ou especiarias, em locais onde o preço ultrapassa dez reais, a coisa melhora. Porém a de limão é triste...
A receita é simples: 50 mililitros de cachaça, duas colheres de sobremesa de açúcar, um limão espremido e gelo. São poucos ingredientes, mas muitas as chances de errar. Acredite, fazer boas caipirinhas é arte. Então, aprenda!
Para acertar a mão em casa, e aproveitar todo o potencial do drinque cem por cento nacional, o iG Comida responde as 12 questões mais importantes no preparo do coquetel.
1 – Que limão devo usar?
Pode parecer preciosismo, mas basta lembrar que o limão corresponde a um terço dos ingredientes da caipirinha para entender sua importância na receita. O mais usado é o limão Tahiti. Um exemplar médio, com bastante sumo, é o ideal. Para escolher, uma dica: limões com casca mais lisa costumam ter mais suco. Evite os que tiverem a casca mole: a fruta pode estar passada.
2 – Tirar a casca do limão evita o amargor?Há muitas teorias sobre a relação do amargor – defeito presente em nove de cada dez péssimas caipirinhas - e o limão. Segundo Gerson Bendzius, mixologista da empresa de consultoria em bares Drink Design, não é preciso tirar a casca, mas o miolo branco da fruta (columela) deve ser descartado.
3- Devo cortar o limão em rodelas ou gomos?
Para conseguir tirar a parte branca do limão, é preciso cortar a fruta no sentido do ponto onde se prende o caule (diferente de como costumamos cortar laranjas para fazer suco). Depois, corta-se novamente pela metade. Assim, a parte branca fica na extremidade e é mais fácil retirá-la. Alguns bartenders, como o famoso Souza, do bar paulistano Veloso, preferem a fruta em rodelas. “Corto as bandas do limão e faço um talho de cada lado para tirar o miolo branco. Depois, fatio em rodelas fininhas”, ensina.
Para conseguir tirar a parte branca do limão, é preciso cortar a fruta no sentido do ponto onde se prende o caule (diferente de como costumamos cortar laranjas para fazer suco). Depois, corta-se novamente pela metade. Assim, a parte branca fica na extremidade e é mais fácil retirá-la. Alguns bartenders, como o famoso Souza, do bar paulistano Veloso, preferem a fruta em rodelas. “Corto as bandas do limão e faço um talho de cada lado para tirar o miolo branco. Depois, fatio em rodelas fininhas”, ensina.
4 – O certo é fazer direto no copo ou bater na coqueteleira?“Quando a caipirinha é de limão, prefira sempre fazer direto no copo”, diz Gerson. Ele indica colocar as quatro bandas da fruta no fundo do copo com a polpa virada para cima (assim, você evita macerar a casca e liberar o amargor). O próximo passo é colocar o açúcar em cima e amassar o suficiente para a fruta liberar seu sumo. Mas atenção: macerar demais vai amargar a bebida, mesmo com todos os cuidados anteriores.
Se a caipirinha levar outras frutas, como maracujá e frutas vermelhas, a coqueteleira pode ser usada. O resultado costuma ser mais leve e refrescante.
Se a caipirinha levar outras frutas, como maracujá e frutas vermelhas, a coqueteleira pode ser usada. O resultado costuma ser mais leve e refrescante.
5 – Que tipo de copo devo usar?
“Antigamente só se usava o ‘old fashioned’ (copo baixo reto). Agora, todo mundo passou a usar o princesa (baixo, em formato de “V”), que eu acho perfeito para a quantidade de ingredientes da caipirinha”, afirma Souza. Se for usar copos longos, a sugestão do batender é aumentar a receita.
“Antigamente só se usava o ‘old fashioned’ (copo baixo reto). Agora, todo mundo passou a usar o princesa (baixo, em formato de “V”), que eu acho perfeito para a quantidade de ingredientes da caipirinha”, afirma Souza. Se for usar copos longos, a sugestão do batender é aumentar a receita.
6 – Melhor com açúcar ou xarope de açúcar?
Ambos podem ser usados, dependem mais do gosto do bebedor.
Os mais tradicionalistas não abrem mão do açúcar e gostam de sentir o drinque em etapas (mais e menos doce, conforme o açúcar vai se misturando à bebida).
Os mais tradicionalistas não abrem mão do açúcar e gostam de sentir o drinque em etapas (mais e menos doce, conforme o açúcar vai se misturando à bebida).
Já os fãs das caipirinhas mais homogêneas, preferem o xarope, que não deixa resíduos de açúcar no fundo do copo. Fazer o xarope é muito fácil: leve ao fogo em uma panela 2 partes de açúcar para uma de água. Misture até virar uma calda transparente. Coloque em um frasco ou bisnaga e deixe na geladeira (na hora de substituir o açúcar, coloque 4 colher de chá no preparo na bebida).
Em ambos os casos, convém não exagerar na dose: caipirinhas doces demais são tão intragáveis quanto as amargas.
7 – Estou de regime. Posso tomar caipirinha com adoçante?Pode, mas vai ser uma economia pequena perto das 150 calorias de uma dose de cachaça ou de vodca. Se ainda achar que vale a pena, Souza indica usar três sachês de adoçante em pó em cada caipirinha de limão; dois para drinques de tangerina ou kiwi; e um só para frutas mais meladas, como manga.
8 – Que tipo de gelo usar? Inteiro ou quebradinho?“Gelo em cubos, sempre feito com água filtrada, e alguns quebrados para ficar mais refrescante”, diz Gerson. Depois de macerar o limão com o açúcar (ou o xarope, ou o adoçante), encha o copo com as pedras e coloque um pouco do quebrado por cima. Só depois adicione a bebida alcoólica escolhida.
9 – Existe cachaça certa para fazer caipirinha?
Não, mas é (sempre) mais indicado usar produtos de qualidade. Bobagem achar que a cachaça artesanal mineira, que você guarda no bar de casa, não pode ser usada para o drinque. “Quanto melhor o destilado, melhor a caipirinha”, afirma Gerson.
Não, mas é (sempre) mais indicado usar produtos de qualidade. Bobagem achar que a cachaça artesanal mineira, que você guarda no bar de casa, não pode ser usada para o drinque. “Quanto melhor o destilado, melhor a caipirinha”, afirma Gerson.
10 – Para cada tipo de bebida usada devo usar uma fruta?
As bebidas mais usadas para fazer caipirinha – cachaça, vodca e saquê – têm características muito diferentes. Então, é natural pensar que existem frutas que vão melhor com cada uma delas. Gerson sugere as seguintes combinações:
As bebidas mais usadas para fazer caipirinha – cachaça, vodca e saquê – têm características muito diferentes. Então, é natural pensar que existem frutas que vão melhor com cada uma delas. Gerson sugere as seguintes combinações:
Cachaça – com frutas cítricas, como limão (1 unidade), limão-siciliano (1/2 unidade), lima-da-pérsia (½ unidade) e frutas brasileiras, como jabuticaba (15 unidades).
Saquê – com frutas mais delicadas, como uva verde (8 unidades grandes), morango (7 unidades) e kiwi (1 unidade). Não use frutas cítricas nem ácidas.
Vodca – é a mais versátil e combina com quase tudo, exceto frutas muito cremosas, como banana e mamão.
Saquê – com frutas mais delicadas, como uva verde (8 unidades grandes), morango (7 unidades) e kiwi (1 unidade). Não use frutas cítricas nem ácidas.
Vodca – é a mais versátil e combina com quase tudo, exceto frutas muito cremosas, como banana e mamão.
11 - Posso turbinar minha receita com ervas e especiarias?
Sim, as receitas mais complexas estão bem em alta. Mas algumas combinações são mais bem-sucedidas do que outras. Prefira misturar hortelã com frutas cítricas ou ácidas e pimenta com as mais doces (maracujá, caju, carambola). Tenha parcimônia na hora de adicionar ervas muito aromáticas ao preparo, como manjericão e alecrim, que podem deixar o drinque intenso demais.
12 – Vou receber um grupo grande de amigos. Dá para fazer caipirinha na jarra?Nunca vai ficar igual. “Se quiser fazer dessa forma, o melhor é bater na coqueteleira, ir jogando na jarra e completar com gelo”, diz Souza. Mas o bartender prefere enfileirar os copos, cortar todas as frutas e fazer várias caipirinhas de uma vez só. “Assim, todo mundo brinda junto e o resultado é muito melhor!”
Sim, as receitas mais complexas estão bem em alta. Mas algumas combinações são mais bem-sucedidas do que outras. Prefira misturar hortelã com frutas cítricas ou ácidas e pimenta com as mais doces (maracujá, caju, carambola). Tenha parcimônia na hora de adicionar ervas muito aromáticas ao preparo, como manjericão e alecrim, que podem deixar o drinque intenso demais.
12 – Vou receber um grupo grande de amigos. Dá para fazer caipirinha na jarra?Nunca vai ficar igual. “Se quiser fazer dessa forma, o melhor é bater na coqueteleira, ir jogando na jarra e completar com gelo”, diz Souza. Mas o bartender prefere enfileirar os copos, cortar todas as frutas e fazer várias caipirinhas de uma vez só. “Assim, todo mundo brinda junto e o resultado é muito melhor!”
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