Enquanto ainda no Brasil, muito se discute sobre inovação e seus avanços tecnológicos vinculados às atividades de pesquisa e desenvolvimento, já é possível encontrar diversos estudos em estágio avançado nas principais universidades americanas sobre inovação, riscos e retorno financeiro. Destacam-se os projetos de pesquisa da Universidade de Columbia nos Estados Unidos, por meio dos quais professores vêm desenvolvendo técnicas avançadas de gestão de riscos e projetos de inovação. A inovação é percebida como risco e este deve ser reduzido.
Neste sentido, é preciso avançar nas práticas de inovação nas empresas, rompendo a barreira tradicional do pensamento vinculado unicamente à pesquisa. É necessário relacionar a inovação às agendas dos presidentes das empresas, da mesma forma que conceitos como geração de caixa, taxa de investimentos, risco percebido, captação de recursos, estratégia de curto e longo prazos, gestão de pessoas, novos mercados, entre tantos outros assim o são.
As empresas normalmente dedicam grande parte do seu tempo a temas associados à gestão do curto prazo, com viés de controle, produtividade e custos. É vital pensar o futuro, sendo a inovação muito relevante, ainda mais em um momento da história econômica em que os ciclos de crescimento e surgimento de novos negócios têm se acelerado consideravelmente.
Recentemente, o economista e professor emérito da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, José Alexandre Scheinkman, publicou um interessante livro. Seu título é “Speculation, Trading and Bubles”, 2014, no qual correlações entre bolhas financeiras e grandes inovações são percebidas. Avançando um pouco mais no livro e em outras pesquisas, entende-se que as empresas que prosperaram foram aquelas que perceberam os avanços tecnológicos e conseguiram analisar adequadamente o custo de capital, investimentos, retorno e estratégias vencedoras.
Logo, associar a inovação à estratégia das empresas e aos modernos modelos financeiros pode-se tornar uma importante alavanca para os ciclos de crescimento e prosperidade das empresas, desde que os presidentes tenham a clara percepção do presente, e mais ainda das oportunidades de futuro.
Finalmente, dados do Banco Mundial indicam que o maior desafio para inovar é a cultura das empresas e valores como autonomia e confiança. Seria interessante a união destes preceitos, a visão de oportunidades, gestão em alto nível e retorno sobre o investimento para aquelas empresas que porventura queiram se diferenciar e garantir a sua longevidade.