Apesar do gigantesco progresso tecnológico e do crescimento da cultura digital na última década, uma grande parte dos mais ricos patrimônios culturais da humanidade permanece enterrada em arquivos analógicos. Porém, alguns projetos em prol da digitalização da humanidade estão trazendo materiais históricos para a web utilizando tecnologias como realidade aumentada, geolocalização e reconhecimento óptico de caracteres para enriquecer essas informações e fazer novas descobertas. Hoje vemos uma mudança radical se compararmos a abertura de conhecimento em que vivemos a uma época em que a cultura estava confinada à uma elite privilegiada.
Abaixo, sete fantásticos projetos que estão democratizando o acesso e a compreensão de alguns dos mais valiosos bens culturais da humanidade:
London Lives: arquivos sociais (1690-1800)
O projeto London Lives oferece um registro fascinante de crimes, índices de pobreza e políticas sociais de Londres entre os anos de 1690 e 1800, através de 240.000 manuscritos totalmente digitalizados. O projeto sem fins lucrativos, financiada pelo Conselho de Pesquisa Econômica e Social e implementado pelo Instituto de Estudos Humanísticos da Universidade de Sheffield e do Serviço de Digitalização Superior de Educação da Universidade de Hertfordshire, fornece acesso a registros históricos com mais de 3,35 milhão nomes, permitindo que você interligue os registros relativos à mesma pessoa e até extraia biografias dos indivíduos documentados. Através da wiki, ainda é possível contribuir com biografias e registros londrinos do século XVIII.
Biblion: aplicativo para iPad de fatos históricos
Da Biblioteca Pública de Nova York nasceu o projeto Biblion – um aplicativo para iPad ambicioso, que coloca a disposição criações dos anos de 1939 a 1940, da Feira Mundial de Nova York, ao alcance de qualquer um. Embora o aplicativo seja gratuito, seus documentos, imagens, filmes, áudio e textos tornam-o uma peça inestimável de fascínio histórico, com artigos de estudiosos como Karen Abbott, William Grimes e Henry Jenkins à peças controversas como a Dream of Venus de Dalí. O aplicativo conecta seus documentos de forma imersiva, rica e baseada em storytelling, algo impossível na biblioteca física.
Biblioteca de Charles Darwin
Charles Darwin é facilmente um dos cientistas mais influentes de todos os tempos. E, agora, graças ao The Biodiversity Heritage Library, o combustível intelectual para a sua obra é acessível para o resto de nós. A Biblioteca de Charles Darwin é uma reconstrução digital dos livros sobreviventes da propriedade de Darwin, com as transcrições completas de suas anotações.
Os Julgamentos das Bruxas de Salem
O Projeto de Transcrição dos Julgamentos das Bruxas de Salem, da Universidade de Virgínia, oferece um rico acervo on-line de materiais relativos aos julgamentos de 1692 – registros do tribunal, os livros, as pessoas notáveis, e as imagens do documentos do tribunal original. As acusações foram mapeadas geograficamente, além de um completo catálogo com a lista alfabética de cada pessoa mencionada nos documentos do tribunal.
Projeto Newton
Graças ao Projeto Newton, 4,2 milhões de palavras publicadas e não publicadas por Isaac Newton estão agora on-line, em interativas transcrições diplomáticas que mostram cada adição, alteração ou revisão de seus textos, navegáveis por assunto.
Dom Quixote Interativo
A Biblioteca Nacional da Espanha criou o Quijote Interactivo, um projeto que digitalizou e tornou interativa a edição original do cultuado livro de Miguel de Cervantes, Dom Quixote. Embora o site seja totalmente em espanhol, a interface elegante, com galerias multimídias e um rico design de som, torna o projeto uma forma maravilhosa de se explorar o patrimônio linguístico.
Mapeamento da República das Letras
Muito antes de existir Facebook, Twitter ou LinkedIn, existia uma “rede social” chamada República das Letras - uma rede de intelectuais, ligando os melhores autores do Iluminismo, quebrando fronteiras nacionais e barreiras da língua. Esta comunidade de escritores, estudiosos, filósofos e outros pensadores incluiu grandes nomes como Voltaire, Leibniz, Rousseau, Linnaeus, Franklin, Newton, Diderot e muitos outros. O Mapeamento da República das Letras é um projeto fascinante realizado por uma equipe de estudantes e professores da Universidade de Stanford, onde é possível visualizar a famosa correspondência intelectual do Iluminismo, como eles viajaram, e como a rede evoluiu ao longo do tempo, através do maceramento da origem e destino geográfico das cartas por GPS.
Sugestões de Escape:
Fontes: Brain Pickings e PSFK
Por: Samanta Fluture com colaboração de Gil Giardelli e Equipe InovadoresESPM
Por: Samanta Fluture com colaboração de Gil Giardelli e Equipe InovadoresESPM
